sábado, 22 de junho de 2013



Como dizia, cúmplice, um velho conhecido: “Isto é uma chatice, quando se chega a velho…”
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Aquele que o destino diferenciou não tem dificuldade em lidar com a diferença. Mas terá sempre a nostalgia, impossível como o paraíso, da igualdade que identificará com a paz.
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Como teria sido se não tivesse nascido com a ruptura? Teria sequer nascido?
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O que é que eu perdi ao longo da vida, além do cabelo? Nunca deixei de fitar o horizonte!  No fim, terei perdido tudo, estarei leve como um passarinho e eu e o horizonte seremos um. Quero a coragem porque melhor passaporte nunca conheci: quem sai aos seus nunca degenera.
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(Cada vez tenho menos paciência para o que não me interessa… talvez a sensação que o tempo é paciência tenha alguma coisa a ver como isso).
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Bom… e a poesia será para quem deseja domar o tempo.
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Eu, não sei, quero viajar. Nele, se for a companhia aérea. Não conhecerei melhor companhia para viajar do que eu próprio. Velhos companheiros!
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O filão entra pela montanha. É aí que me sinto bem…
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O tempo não perdoa. Mas eu gosto disso, porque já vem na conta…
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Penso, enquanto tomo um café na leitaria do Zé e sorvo a bica à frente da casa do Xico Zé à memória de quem me inclino.
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Mais tarde, entro no castelo de mão dada com a força e a fragilidade, desassombradamente, e
responde-me o eco dos meus passos….
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[Um dia, que se afastará sempre como o horizonte, reescreverei tudo…]







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