sábado, 30 de julho de 2005

notas

O mundo está cheio de sinais
(o Assombro no existir, o Extraordinário no devir)

Quem verdadeiramente nos inflinge o mal que sofremos somos nós proprios; por isso o bem (se fosse a mera ausência do mal...) estaria, naturalmente, ao nosso alcance.
Se fosse... mas não é! Assim como o mal é uma destruição, o bem é uma construção (o que não quer dizer que destruir seja um mal e construir um bem). É preciso decifrar os sinais, mudar o mundo: e o que muda o mundo é o olhar!

quinta-feira, 28 de julho de 2005

no caderno

(na caverna, com os cumprimentos a Platão)
Da solidão estou bem informado: é bem característico das trevas que envolvem as situações de estar só e de estar sòzinho que ambas, sendo tão diferentes e até por vezes opostas, constituam a mesma entidade, precisamente a solidão.

A perfeição (o que penso ser a arete dos gregos que sem dúvida é algo mais, mais perto da plenitude) é a nossa terceira pessoa: algo que pode ser o resultado do diálogo connosco próprios.

Catão, citado por Hanna Arendt: «Nunca ele está mais activo do que quando nada faz, nunca está menos só que quando a sós consigo mesmo»

A propósito, o travo da liberdade nunca nos aflora mais os lábios do que quando nos sentimos realmente sós (e, porque não? nós!)

terça-feira, 19 de julho de 2005

para o caderno

...dizer é escrever na mente

já devo ter dito isto muitas e muitas vezes, a palavra perfeita para desenho é desígnio

do caderno

Quando a voz irrompe do silêncio que nos dilata produz a irresdescência de um relâmpago.

Porquê o abandono de si mesmos que certas caras patenteiam?

A filosofia da gorgeta: sempre considerei que quem concede mantem a prorrogativa de retirar a concessão feita: o melindre que constitui um contrato não partilhado, a não assumpção do que é uma concessão.

E sempre, sempre,a mesma sensação: o paraíso é tão fácil, está aí mesmo ao pé da mão, basta querer em conjunto e ter um desígnio em movimento.