domingo, 25 de agosto de 2013

é bom que se percebam os nossos limites…



Faço constantemente apelo ao meu sangue-frio e ao meu realismo para evitar tropeçar no dia-a-dia. A maravilhosa capacidade de efabulação tanto pode tingir  e carregar dos mais saturados matizes, odores e perfumes as situações e vivências e enriquecer os seus desenvolvimentos, despertares e desembocares, como lançar-nos fora do trilho, empurrando-nos para o desastre… sempre que somos possuídos pela ilusão de que somos mais do que nós e os nossos fantasmas.


sexta-feira, 23 de agosto de 2013




Quando vivemos no terror uma palavra incendeia e carboniza tudo. 
E a imaginação, nossa algoz, é a única faculdade que nos resta.
No meio de tanto naufrágio, parece-me a tristeza enseada tranquila. 
Tenho que fugir para o sono, para o sonho que exclua a memória.


domingo, 18 de agosto de 2013




Só conseguimos ouvir a nossa voz se fizermos uma clareira de silencio na floresta de enganos.

Quem se entrega totalmente ao caminho acaba por o confundir com o destino.
Assim, tal como na vida ou na viagem, ele próprio já não interessa muito: quando alcançamos o fruto apetecido no ramo mais alto, já estamos saciados!

A imaginação é uma traidora que corrompe o sonho. 
Depende de nós ser-mos inatingíveis.



sexta-feira, 16 de agosto de 2013




As portas batem e os fantasmas entram sem pedir licença.

O homem novo é tão novo que está por abrir.
Não é preciso esconderes-te para chorar. Sonhei.
Isto é, tive um pesadelo. E tão horrível 
Que não há palavra, verbo, para descrever
o que se passou: sempre tive o pressentimento
que este era um mau ano.
Quando acordo ainda o mundo não tomou conta de mim
e o pensamento e as palavras ainda coincidem.



segunda-feira, 5 de agosto de 2013


Quando o possível não acontece, tentemos o impossível.

"Organizar o pessimismo", diz W. Benjamin. E o que me ocorre é: organizar o desespero. Há-de haver forma de ele não tomar conta de nós!




em casa


a esteira e a cadeira (no terraço))