sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Axiomas

(como promover a desigualdade)
A avaliação é a solução para o país (e tem que ser irreversível antes das eleições, da avaliação de 2009, pois será uma conquista!).
Agradeço a Dias Loureiro a explicação da tese, já que a medida, a panaceia para todos os males do nosso desenvolvimento, é sempre apresentada como uma evidência, sem necessidade de demonstração.
Mas hoje tudo se esclareceu, e então é assim: lá para os anos sessenta (pois em que altura podia ser?!) alguns intelectuais da «esquerda atrasada», claro, avançaram o seguinte princípio: «a trabalho igual salário igual!». Oh, desgraça! Por isso é que é este atraso de vida! Há que diferenciar, estimular e compensar o mérito, ultrapassar os impasses «soviéticos»! (As más línguas dirão: dividir para reinar..)
Avalie-se então, pegue-se pelo mérito (dá para compensar o avaliador, promover quem interessa, distinguir os líderes e... ainda dá lucro!). Paga o deficit, com a calçadeira das quotas promovem-se os yes men e ganham-se para a causa os mais competitivos... o rebanho virá atrás sufragar-nos, que é para o seu bem...
Mérito? que mérito?!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Os cantos de sereia... (Tudo bons rapazes!)

Almeida Santos vem requerer que o PS exiga a maioria absoluta! A idade deve ter-lhe obnubilado o discernimento (desde o tempo em que defendeu o aeroporto na margem norte por causa... das ameaças terroristas!)... Ou os portugueses serão masoquistas?
«1 em cada 5 das crianças em risco de pobreza»
dos jornais
Pacheco Pereira acha muito bem! E quer o mesmo para o seu PSD! Que nostalgia da ditadura democrática e das vanguardas que apontam o caminho! E como é sintomático que prefira e use o termo alternância ao de alternativa...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O que é que isto quer dizer?

Há uns dias o Director ou Presidente de um chamado Gabinete de Segurança ou de prevenção de Crises veio dizer que previa a eclosão de um movimento de revolta social; hoje, um clube de economistas e tecnocratas anuncia que o país está à beira de uma crise social de contornos difíceis de prever (em simultâneo, não contente com a destruição em curso do Estado, refere a presença asfixiante do mesmo)!

Será que a estabilidade de quem tem o poder começa a revelar os primeiros sinais de estado periclitante? É que quando falam em estabilidade, é à sua em primeiro lugar a que se referem, porque o país, no seu entendimento, é uma abstracção sem qualquer correspondência com o dia-a-dia em que as pessoas vivem submersas. Quanto ao Estado é difícil perceber a que se referem, pois o Ensino e a Saúde têm sido sujeitos a tratos de polé, e o Urbanismo e o Ordenamento do Território reduzem-se agora basicamente a PIN e Providências Cautelares. Os PIN são os chamados Projectos de «Interesse Nacional» e quanto às Providências Cautelares são os Tribunais a ditá-las, como se a gestão do território fosse uma sua atribuição -- ou será por ela ser «um caso de polícia»?-- por manifesta demissão do Estado.

Para concluir o desabafo, onde está a posição dos Arquitectos sobre as «assinaturas de favor», sobre a competência para a concepção de projectos de arquitectura, sobre o saber e o respeito que o Património merece e exige? É verdade que cada sociedade tem a Arquitectura e o Urbanismo que a espelha... no nosso caso a sua quase ausência espelhará a deliquescência da sociedade?

sábado, 2 de fevereiro de 2008