Minas de S. Domingos

Passeio inesquecível...

A razão pode ser uma coisa profundamente irracional quando não é puxada à terra.

Como é boa a chegada inesperada do que foi longamente ansiado....

Belisquem-se! ...a vida real existe!

(Temos tomado a pele -- por vezes em crosta-- pela polpa!... )

homenagem

O Xico Zé partiu a corda da viola hoje, deve estar entre as nuvens tocando com o seu amado Frank Zappa. «O meu amigo e companheiro...», disse a Cristina. O mundo parece cada vez mais uma cidade fastasma.

O desenho é o tempo e uma espécie da serenidade...

Não o conquisto de um lance.

Para com mais e com menos rigor entender, traduzi este poema do Jorge Luís Borges citado pelo meu amigo J.:

Já não serei feliz. Talvez não importe.

Há tantas outras coisas no mundo;

qualquer instante é mais profundo

e variado que o mar. A vida é curta

e ainda que as horas sejam tão compridas, uma

obscura maravilha nos assombra,

a morte, esse outro mar, essa outra seta

que nos livra do sol e da lua

e do amor. O extâse que me deste

e que me tiraste deve ser apagado;

o que foi tudo tem que ser nada.

Só me resta o gozo de estar triste,

esse vão hábito que me inclina

ao Sul, a certa porta, a certa esquina

Hei-lo com a língua com que foi feito:

Ya no seré feliz. Tal vez no importa.
Hay tantas otras cosas en el mundo;
un instante cualquiera es más profundo
y diverso que el mar. La vida es corta
y aunque las horas son tan largas, una
oscura maravilla nos acecha,
la muerte, ese otro mar, esa otra flecha
que nos libra del sol y de la luna
y del amor. La dicha que me diste
y me quitaste debe ser borrada;
lo que era todo tiene que ser nada.
Sólo me queda el goce de estar triste,
esa vana costumbre que me inclina
al Sur, a cierta puerta, a cierta esquina

Só transformamos o que aceitamos.

Até o tempo precisa do tempo.

Onde houver grades há uma prisão, se não for do lado de dentro será do lado de fora.

A vida será assim tão cruel... ou somos nós que lhe pomos as armas nas mãos?

Às vezes a palavra proibida é a palavra amizade. Oh, os catálogos!...

Quem se entrega expõe-se. O que vencerá... a vontade de se entregar ou o medo de se expor?

Por mim, optei há muito.

A vida é o jardim dos caminhos que se bifurcam...
Não se pode amar por dever...

O uso não se desenha, disse eu ao Papa.
(falavamos de arquitectura, não de design)

A tentação da mudez é uma tentativa de, pela ausência da linguagem, ficar fora do tempo.

O que é uma aporia que só se pode ultrapassar por um acto de refundação.

Há-de haver uma forma de conciliar a razão com a emoção, a filosofia com a poesia. Tentou-a Nietzsche. O risco é não ser nem uma coisa nem outra, o de nos levar à loucura. Mas talvez a loucura seja uma porta para a planície.

Não se extingue o ruído sobrepondo-lhe mais ruído, não confundamos o cubo com o quadrado.

Qual a relação entre a imagem que temos de nós e a imagem que os outros têm de nós?

O pensamento único é indissociável do grande timoneiro.

por amor á luz

se separa o trigo do joio,

se lança o preto no branco,

se põe os pontos nos iis