terça-feira, 31 de março de 2009

estas perguntas merecem respostas menos apressadas... se quiser estar à altura dos meus sonhos e ser-lhes fiel

segunda-feira, 30 de março de 2009















...e enganar-se a si próprio não é possível sem o querer. Por outro lado, Goethe diz - e concordo -, que nunca somos enganados, nós é que o queremos ser. Curiosa coincidência. Quer em um caso quer no outro, pela nossa volição. Porquê? O que está por detrás dessa vontade? O que é que ela significa?
No primeiro caso, que é entre nós, é claramente uma perca de tempo porque acabamos sempre por nos apanhar em falso a nós mesmos, mais tarde ou mais cedo. E quanto mais tempo passar mais perderemos...
No outro caso, a relativo a nós e aos outros, pode ser uma barreira contra a desilusão e, talvez mais importante, corresponder a um anseio pouco esclarecido.
Em resumo, e no que respeita a nós mesmos, o adiamento é uma forma irreformável de engano, pois o tempo perdido nunca nos é devolvido. Quanto ao receio da desilusão, julgo que tem a ver com a falta de confiança nos nossos sonhos e se prenderá com o facto da ilusão ser a falta de lucidez do nosso sonhar... (é bom que mergulhemos no mais fundo de nós, e aí criemos as fundações e os alicerces do que verdadeiramente sonhamos...)
Oh! Conhecer os nossos sonhos! Saber porque os temos...

domingo, 29 de março de 2009

Ah! Hora de Verão!... Começa verdadeiramente o ano!
Estou de volta!
A quem está perto da meta repugna voltar atrás.
As marcas são indeléveis.

aporia ou o desafio

A morte vem lançar uma ruptura brutal no mundo onde nada acaba e tudo se transforma. Ou será apenas a confirmação radical desse facto e apenas o fim da grande fronteira entre o mundo e a consciência do mesmo? Mas isso remete para a isenção da consciência, dessa lei, dessa condição geral da vida...

quarta-feira, 25 de março de 2009


"Hora do Planeta" !


Tudo, tudo se resolve.
Posso ter perdido o mundo (que, aliás, é preciso manter em respeito!), mas ganhei o universo...
Sinto-me um predestinado.
(um leão não morde, mata)

Sem o desdobramento das palavras elas não iriam e viriam e seria impossível o seu comércio que , como todos, é ilusório, pois é verdade mas não certeza.
É isso que faz a poesia imorredoura.

Um diário é um auto-retrato, que já tardam.

O ideal (a ideia e ou a sua imagem) pode ser como que um farol para estabelecer uma rota, sendo que o que interessa é o percurso não o objectivo.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Retirar os outros entre mim e eu é uma tarefa tão minuciosa, urgente e (por vezes) dolorosa, como tirar espinhos enterrados na carne...

















Voltei à jaula...
Acalma-te ou morres cedo!

Só quando estamos ensopados sacudimos as penas!

quinta-feira, 19 de março de 2009

A arte: ordenar o caos: arrumar as coisas antes que elas nos arrumem... e manter a vontade de acordar no dia seguinte!

domingo, 15 de março de 2009




































Como é possível as pessoas enganarem-se simultaneamente de uma forma tão completa? Umas coisas que são ditas, outras que são sugeridas, ainda outras que são ignoradas e o resultado é espantoso. É tão complexo e cheio cada mundo e no entanto tão dissemelhante dos demais, com os quais a maior parte das vezes nada tem em comum... A pergunta «mas quem é que pensas que eu sou?» pode ser feita à saciedade, é inútil, a resposta nunca há-de ser satisfatória.
Estou-me nas tintas, falo para comigo, e vejo bem o alcance do que digo. Os leitores? Lê quem vê, e quem quiser basta-lhe virar a página... tenho sempre a esperança de ter um leitor, melhor, o leitor que consegue ler-me, baseado numa coisa muito forte que é, por um lado, a honestidade com que escrevo, e por outro lado, por muito diferentes que possamos ser, tem que haver sempre algo em comum pelo facto de estarmos a fazer esta mesma jornada.
Se falo com este à-vontade, não é por exibicionismo. Concordo que ele está no ar do tempo. Mas não é por isso, a minha imagem, a imagem que façam de mim não me incomoda, nunca me poderá conter ou limitar. Entre a liberdade de me exprimir e o que possam pensar, fiz há muito tempo a escolha. Estou disposto, como sempre, a pagar o seu preço, com a tranquilidade de quem acha que o que pagou lhe dá o crédito que, se calhar, não terá oportunidade de usar.
Quanto ao exibicionismo, para além do larvar pretexto de dourar as pílulas, comporta também um dar-se à estampa cuja comunhão pode reformular as relações humanas. Ora sobre isso, estamos entendidos. Falta pouco para que se possa dizer que nada continuará como dantes. Anseio eu por outra coisa desde sempre?
Creio, também, que entrei num ciclo diferente, novo, -- creio, é uma pálida imagem face aos acontecimentos e constato, ainda que com a visão perturbada atendendo às convulsões sofridas, que tudo à minha volta acelerou e entrou em turbilhão. De facto, há muito que aguardava e ansiava por uma mudança qualitativa, e acho que tudo isto não vai lá (não se reequilibra), com meros procedimentos do tipo de redimensionamento dos consumos, mas deverá ir mais fundo. Falam os mais pecadores numa nova ética. Também não chega: estamos perante a oportunidade ímpar de viver de outra maneira. Por mim, estou pronto. E desejoso.
Parece que o próprio K, e mais alguém igualmente célebre, se calhar mesmo mais do que um, escreveriam os seus diários endereçados a uma amada mais imaginária do que real; porventura, qualquer pretexto servirá para não falarmos sozinhos: vencer de uma vez só o receio de estarmos condenados ao silêncio e de que se consegue furar o muro que nos separa dos outros...
Também K, e sei-o porque ainda ontem o ouvi falar, se precavia, com o falar simultaneamente de mais e de menos: apontar, e deficientemente, apenas uma parcela, e ser perante ela que no futuro responderia...
Quanto a mim, que receio posso ter de ser confessional? Repito, quem quiser que mude de canal e... quem não se quiser queimar que se afaste do fogo. Por mim, estou tostado e é no fogo que se tempera o aço. Quero lá saber!
Ah! a nostalgia do que nunca se teve!...

No outro dia, discuti com o J a Glória.
É para mim um conceito despido do heroísmo, (coisa que suponho que o horroriza), digamos que a verdadeira glória é íntima. É dessa que falo: íntima, plena, própria do êxtase, absoluta! e do âmbito da plêiade de divindades que me transportam: a Graça, a força e saúde divinas.
Ambos concordamos que podia, sem dúvida, ser aplicada ao dia e ao momento.
É necessário, e basta, o acordo no essencial. e esse acordo existe nas almas gémeas...
Mas voltarei sempre ao mundo.
Quero acreditar no poder da metamorfose, e na possibilidade de renascer permanentemente; ainda me sinto longe de quebrar a cadeia dos renascimentos eternos. Mau grado o grau crescente de exigência aparentemente me limitar as opções, desejo ardentemente não abdicar dela: se caio facilmente na fidelidade que esta tenha sempre o limite da fidelidade a mim próprio...
Não é que queira fazer da minha vida matéria para uma obra de arte; claro que é certo que quero fazer da minha vida uma obra de arte (mas aí falo de um plano diferente).
De resto, e para esclarecer todas as dúvidas, não acredito na arte que não seja autobiográfica, inclusive, e sobretudo, a arquitectura.

Vivi toda a vida com medo de morrer! Não se pode viver assim....

Só envelhece bem quem amadurece ao mesmo tempo.

O meu pai: o tempo suspenso.

Vivo uma vida dupla em que a sombra se sobrepõe cada vez mais ao que a produz.

Tudo o que é vivo muda. (o desenho inteligente, a mão invisível)

Pós de póstumo.