sexta-feira, 31 de agosto de 2012
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Já devo ter dito isto mil vezes mas não receio o simples nem a repetição.
Uma das importâncias dos outros reside no facto de que é neles que nos vemos. São o que são, outros mundos ao lado do nosso, mas também são os espelhos que nos reflectem, que nos devolvem a imagem que também é a nossa. A nós, apenas nos imaginamos.
Não sou completamente refém de mim, pois se há alguém que adoro é a ti! (Será nessa medida que o amor é uma libertação?)
Isto quer dizer que a imaginação não tem limites. E sorrio.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Onde estão os meus dias heróicos?
Onde, com os olhos rasos de lágrimas, parti ao encontro do meu destino.
Partir à aventura, sem mais horas do que eu, ponteiro, apontava.
Onde, com os olhos rasos de lágrimas, parti ao encontro do meu destino.
Partir à aventura, sem mais horas do que eu, ponteiro, apontava.
A chave é partir... e estar sempre pronto a ir. Antes, ainda acreditava. Hoje, quero-me convencer que os sonhos só existem no sonhador. As distâncias são de muitas espécies e ainda que vençamos muitas, outras tantas correrão para o horizonte, como as ondas umas atrás das outras correndo não para a praia mas para o largo. Mas iremos pois que é o nosso destino, é lá que estamos. Tudo, como os doze trabalhos de Hércules, terá que ser enfrentado, não ao mesmo tempo mas sucessivamente e, atrevo-me a dize-lo, indefinidamente. Tudo é perecível, mas atrás de umas coisas outras vêm.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Ainda está para vir, virá e não tardará! É necessário ser, evidentemente, um poço de energia inesgotável. Estancar a hemorragia e concentrar-nos no gume do momento. Só o amor nos pode salvar mas a começar pelo amor à vida. Quem anda no mar -- e todos somos náufragos -- não desperdiça nenhuma bóia. Tal como a água tem sempre a força para encontrar o seu caminho também a bóia nunca esquece o imperativo que é flutuar. É a coincidência entre vontade e destino.
A bóia é uma boa metáfora: mantém sempre o impulso enquanto for íntegra ou pela sua natureza, o que vai dar ao mesmo...
sábado, 18 de agosto de 2012
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Na minha rua, (porque todas são
minhas), que vai dar à praceta que é uma espécie de Terreiro do Paço em que o
Mar da Palha foi substituído por uma quinta real e a estátua de D. José por um
pequeno espaço verde onde estão implantados quatro altos plátanos, e que é
conformada por duas alas de prédios de cércea constante enquanto o piso se
inclina vigorosamente, há nestes meados de Agosto um sossego e uma
tranquilidade inusitadas. As janelas estarão quase todas com as cortinadas
cerradas e sem vida e quanto muito penderá um lençol, mais além, agitando-se à leve
brisa. Mas existe uma janela protegida por um vidro único, fixo, que faz dela
um aquário. Aí, uma velha de cabelos brancos, sempre vestida de negro,
perscruta os passantes. Mira-os como quem contempla um aquário, mas ela naquela
moldura é que parece uma aparição.
E tudo na calma e no sossego dos
feriados e dos dias santos.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
domingo, 12 de agosto de 2012
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Na mesa ao lado lê-se poesia para uma roda de ouvintes. No
passeio passa uma mãe e uma filha.
São iguais só que sobre uma depositou-se o
tempo.
Os velhos sentam-se à borda da enseada da vida.
O calor e os leques. A atracção dos véus, dos tules agitados
pela brisa, dos pés descalços, das tiras e das peles acetinadas onde a fina
película de suor espelha a luz.
O tempo anda mais lento. O branco é uma aparição que desenha
mais que o negro.
Do rumor da multidão sobem e sobram risos e partículas de
optimismo.
Contam-se os anos como as matrículas dos cavalos de corrida.
Saudade da sombra, da água dos rios e do oceano. As
respirações são ofegantes.
Tudo é agora.
O que se passa comigo, que é tão bom?
Vou-vos dizer adeus.
Tudo o que é dito são fórmulas mágicas.
O sentido não tem direcção. Cansou-se e estacou maravilhado.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
A POESIA NÃO É (SÓ) POEMAS
“Os poetas não são deste mundo”
Joana Emídio Marques
(Artigo publicado no suplemento QI do DN)
domingo, 5 de agosto de 2012
As pombas puseram hoje a mesa.
Chagaram-me notícias do mundo:
Dá tempo ao tempo, que tudo se arranjará...
(não sei se o amor chegará a tempo).
O perigo está onde se perde o medo e
é no conhecido que se encontra o novo.
O lânguido é o abandono que,
curiosamente, é a entrega.
O esplendor da decadência é
ver os destroços, mas
também o futuro em peças soltas.
Ah que glória estar capaz de abraçar a beleza!
Chagaram-me notícias do mundo:
Dá tempo ao tempo, que tudo se arranjará...
(não sei se o amor chegará a tempo).
O perigo está onde se perde o medo e
é no conhecido que se encontra o novo.
O lânguido é o abandono que,
curiosamente, é a entrega.
O esplendor da decadência é
ver os destroços, mas
também o futuro em peças soltas.
Ah que glória estar capaz de abraçar a beleza!
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Experimentar a doçura das manhãs de verão. Para quê a agitação da consulta dos mapas do dia se ainda contamos com a fresca brisa e as horas ainda se movem lentamente antes de o sol cair na vertical violentamente sobre nós?
Tudo é convidativo como sandálias para os pés e a caravana que nos submergirá ainda não se pôs em movimento. A beleza ainda mora na saúde e a juventude ainda procura os corpos. O céu azul ainda não é branco. Agitam-se suavemente as saias rodadas e brilham ao sol as gotas dos jactos de água.
Tudo está marcado mas desconhecemos a hora. Aproveitemos as áleas, os pincéis e as canetas. O dia está aí para nele nos internarmos.
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