sábado, 31 de janeiro de 2009



                                                                                       
«O Eu é um outro»
Rimbaud
      






Não precisamos de fingir,
Queremos reinar.

Armazenar no frasco todos os gafanhotos do mundo,
E libertá-los de uma só vez...
Vamos, amor...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

As saudades que tinha de ouvir música...
Quem se põe à prova tem que estar preparado para as provações...

Neste momento, tudo no mundo se conjugou,

E belisco-me para ver se estou acordado...

O silêncio, que nunca é absoluto, é companheiro da solidão
Não passo um dia sem estender-me numas linhas, 
sem guardar uma imagem ou criar uma paisagem...
Cada porta entreaberta espreita um drama;
Mas o mau tempo nunca me fez parar:
e o mundo é tão belo!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

desafios

De repente, toda a vida desfila perante os olhos. Se sou um sobrevivente, e sou-o, prefiro ver-me apenas  como um vivente…

Ser agressivo sem violência é quase impossível, e a violência só se entende quando a sobrevivência está em causa. Viver sem esperança é um grande desafio, e gosto de desafios. Pode, e é, a mais das vezes, confundido com o desespero; pelo contrário, vejo nisso uma entrega completa à instantaneidade da vida,  só possível com fé nela e nas estrelas. Viver sem confiar nas pessoas é quase o mesmo que viver sem esperança. É, também, outro desafio: pois não sei, nem sei se conseguirei aprender outra forma,  senão confiar completamente.  O ser compõe-se da aparência e da essência e as duas não são cindíveis nem independentes, e quem o quiser entender tem que estar atento a tudo...






Assim fala a deusa:

«Tens de aprender tudo

o coração, bela esfera, que não receie a Verdade

e a opinião dos mortais, onde não existe verdadeira certeza.

Mas também aprenderás que as aparências

devem gloriosamente afirmar-se passando por tudo através de tudo»


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

o verão!

Há-de vir! E com ele a luz...


as palavras


Ano Novo Lunar (do Búfalo,  que antecede o do Tigre!)

As palavras são um dardo.  

Depois de proferidas podem regressar e espetar-se no coração: guarda-as no teu peito, só aí elas têm o seu verdadeiro sentido.

A pedra lançada já não nos pertence.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009




Sempre pensei -- e temi -- que quando começasse a arder, seria como um fósforo, mas.... iluminaria o meu mundo inteiro!


Esperas, hospitalares
Olhos fechados.
Omnipresentes:
O latejar surdo do coração,
O bater das asas, pausado, da respiração
Ouço-me:
As castanholas acompanham a flauta solitária...
Um silêncio cheio de ecos,
Do lado de lá do vidro
E mais nada.
O tempo está em toda a parte e em parte nenhuma:
Espero e não desespero
(mas hoje foi como se batesse contra um muro)




segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

o silêncio

Deixar os outros pensar por nós próprios? Impossível, porque o pensamento não pode ser aprisionado... o pensamento não pode ser aprisionado por outrem, mas nós próprios podemos ficar refém dele quando nos deixamos obcecar. Os factos sem explicação podem ser rapidamente reorganizados num sentido que fabricamos: melhor será esquece-los até que possam fazer sentido ou, naturalmente, se dissolvam…

Mas ouvir em silêncio pode deixar os outros falar por nós... e pensarem que, erradamente, os caucionamos.

Desta forma, sendo o silêncio de ouro, pode mesmo assim ser corrompido!

 

Ser compreendido sem necessidade de falar é ambição desmedida!




sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

vida própria

O velho Mann tinha razão: as coisas que criamos têm vida própria, e nós próprios, temos vida enquanto as criarmos... Já me esqueci quantas vezes renasci: são sempre grandes mudanças que o anunciam, e ainda que vogue nelas como nas ondas, dificilmente se pode estar preparado para o que enfrento.
Não esqueço: a nossa maior, talvez única, criação, somos nós próprios... 
Assim, para quem não desiste de ser ele mesmo, talvez haja um momento em que se tenha deitado todo o lastro pela borda fora e que nos reencontremos em vez de reencarnarmos mais uma vida diferente, e é assim que eu me sinto...
Como se, para chegar aqui, tivesse que passar por muitos lados:
Inquietante, mas embriagante!... 
(Ah!... fazer o que nos apetece quando nos apetece!... e acreditar nos deuses)

o elogio da intransigência ...

Tão importante como saber o que é certo ou errado é saber o que lembrar ou esquecer... e nunca deixar aos outros o pensar por nós: Não embarcar em barco que não escolhemos!
Pois o vendaval só leva as folhas secas.
Espremido tudo, faço o elogio da Intransigência ... e lembro-me de quem denominou a sua biografia sob o termo «obstinação», (se calhar, a súmula da paciência e da persistência;)
Há um fio estendido entre as estrelas do meu firmamento com que os deuses desenham o meu destino...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

urgência

Vem rósea aurora, derrama-te no horizonte...
Estende os dedos no seu fio, alça a Glória...
Foi para este momento que me preparei toda a vida,
Desde que fizeram do meu dia uma noite permanente.
É tempo de abandonar a terra do quase,
Deitar o potencial e o virtual no caixote do lixo da história,
Beijar a firme carne, abraçar os frágeis ossos,
Esticar os braços e gritar:
É agora que é a hora!




segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A vida é um sonho
William Shakespeare


A vida é o viver

As pedras na torrente
Não a impedem de fluir no seu leito.

Se os demónios foram convocados,
Também os deuses hão-de vir....

domingo, 11 de janeiro de 2009



















ser é o mesmo do que o que tem que ser















O que te impede que hoje seja UM DIA GLORIOSO? O poder que os outros têm de te abater é apenas a importância que lhes dás -- bem podes então dizer que tu, tu mesmo, és a chave para o teu etc.

* * * * *
Beijos do sul, beijos quentes...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

o pó dos sapatos


Esta mensagem está atrasada, ainda é do ano que findou (que, aliás, pretende encerrar)... mas vamos sacudir o pó dos sapatos, antes da nova caminhada: a traição é um misto de covardia e deslealdade: a covardia pode-se desculpar (afinal, somos todos humanos...), a deslealdade... não!

Eu devo ser como um para-raios, atraio estas merdas.... mas, também como ele, não temo os clarões da noite...