segunda-feira, 19 de janeiro de 2015



Sair de casa a correr sem ver bem se levamos o que precisaremos, descer até à estação do caminho de ferro em passo estugado e depois... ficar a ver a gare a encher-se de gente enquanto se espera pela composição atrasada pelo suicídio de alguém noutro ponto da linha.


terça-feira, 13 de janeiro de 2015


Sou completamente infantil ao acreditar que o tempo se suspende para possibilitar a correspondência no amor. Decorre esta atitude da crença na sobreposição do que verdadeiramente interessa relativamente à ganga dos dias.
Cada vez que manuscrevo - a verdadeira forma de escrever - lembro-me do meu primo, que era mais velho do que eu (e que partiu com uma idade muito, mas muito, menor do que a que hoje tenho), que enfrentava a realidade pela sua própria cabeça e me dizia: a ponta da caneta deve deslizar sem interromper o seu curso. Mais tarde, pode voltar para completar o necessário.
Só muito tarde, demasiado?, percebi que a escrita não é um meio é um fim.