quinta-feira, 25 de junho de 2015


Tudo é breve, excepto a ilusão.

Envelheço vertiginosamente… cheguei, na longa escadaria, à zona dos patamares… (Durante uns tempos… deslisas, tudo parece estável, inalterado. Depois, de repente, sem aviso prévio, cais do cobertor para mergulhares ao longo do espelho… o abismo sugou-te, sem te dar hipótese de recusar… e desces, e desces… -- até embater com estrondo no novo patamar -- , tens uns tempos para recuperar do choque e retomar o fôlego, a ilusão que estiveste sempre aí, mas de seguida, o processo reinicia-se, a descida continua…).


A cabeça flutua ainda sobre os ombros, como uma flâmula sobre a mole que avança na planície… enquanto puder sonhar iluminarei o caminho.


sexta-feira, 19 de junho de 2015



Amo as palavras: mas não com uma paixão cega, mas com uma paixão esclarecida, o que já por si significa um salto epistemológico, uma aporia ou qualquer coisa como a explicação do aparecimento dos números irracionais.
As palavras dão significado às coisas o que é a suprema ironia.
Como não olhar para as coisas com um olhar nostálgico se sabemos o que aguardar do futuro?




quinta-feira, 18 de junho de 2015


As manhãs gloriosas de Verão!

Enquanto os meus olhos percorrem as frondosas copas da alameda de tílias auguro as pedras nuas e luzidias da calçada molhada e as árvores despidas açoitadas pelas rajadas de vento. Virá outro inverno e com ele tudo isto. Depois, regressará o Verão. talvez o último, se o Outono anunciar a retirada...



(nas margens do rio Letes)

Aos vinte anos temos todos muita pressa de viver. Sobretudo a vida que há-de vir. Depois, mais tarde, é o inverso. A vida foi o que já foi.
Como agarrar esse fantasma escorregadio?






segunda-feira, 15 de junho de 2015

Recomeço dos dias de trabalho.
Complicadíssimo, como sempre que se retorna a uma rotina, o que quer dizer que se abandona outra.
Falhas, esquecimentos... e depois, por aquele efeito que a nossa própria cabeça tem sobre o mundo, o desconjuntar deste...
Hoje, a notícia de um suicídio na linha de comboio em simultâneo com o relato de alguém condenado à morte.




Que pensar perante isto? Quanto pesa a importância que damos às coisas?