[passeio, ao fim do dia, a Paço d'Arcos]
domingo, 30 de setembro de 2012
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
domingo, 23 de setembro de 2012
sábado, 22 de setembro de 2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
O fim do amor é uma prova como a do herói debaixo de fogo.
Porquê é que o amor tem de ser dor, corcel enlouquecido?
Porque o nosso desejo de apaziguamento pressupõe o tumulto?
A sintonia com o outro parece-me que transcende
tão largamente o acordo connosco
que excede o espectro:
três são demais para dançar o tango.
E se multiplicarmos isto por dois, é uma multidão...
Continuo a suar baixinho...
Porquê é que o amor tem de ser dor, corcel enlouquecido?
Porque o nosso desejo de apaziguamento pressupõe o tumulto?
A sintonia com o outro parece-me que transcende
tão largamente o acordo connosco
que excede o espectro:
três são demais para dançar o tango.
E se multiplicarmos isto por dois, é uma multidão...
Continuo a suar baixinho...
terça-feira, 18 de setembro de 2012
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
terça-feira, 11 de setembro de 2012
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
sábado, 8 de setembro de 2012
uma semana em Lagos
Pesam-me os olhares.
Um vento anti-criação sopra nesta
esplanada.
Mas, curiosamente, o amor sopra nas
vozes roucas, na transparência dos vestidos, nas coxas rotundas, nos pés nus…
Perto do paraíso, com a sombra do
inferno a morder-me os pés…
Se se procura um amor
correspondido é estúpido insistir quando repetidamente nos deparamos com a
recusa da outra parte. Há as lérias todas da conquista, mas se rememoramos
verificamos que, quando aconteceu, foi como o fogo e a estopa. E conquistar a
imagem que fizemos é aprofundar uma dolorosa ilusão. A paixão, assim entendida,
é uma doença do espírito que só se evita quando apenas avançamos quando o outro
encurta a distância. Nas escolhas que fazemos também nos reconhecemos. Resta
sempre a questão de escolhermos ou sermos escolhidos. E aceitar como natural
que não coincidam.
Viver em pânico é uma questão em
que a imaginação nos comanda em vez de sermos nós a dirigi-la. Imaginação á
solta, criando a dúvida em nós mesmos e na vida. O pior pode sempre acontecer,
mas porque há de sempre acontecer? Sempre é uma palavra intermitente.
Pânico provém de Pan, que sendo
tudo comportará o bom e o mau… então porquê só recolher este último? Pan é
plenitude que equilibra tudo com o seu contrário e na vertigem pode-se não
perder a cabeça, manter a cabeça fria no meio do vulcão. Recordar que o pior
tem sempre solução. Basta pensar que quem não está agarrado a nada, nada tem a
perder.
Cavalgamos o caos quando tudo à
nossa volta muda de cara. E no entanto há qualquer coisa de inebriante no desatar
das certezas, que é o desatar dos nós: o jorro raivoso até o permanente fluir
que engole tudo o que volta.
Debaixo desta calma, o mar e a
terra estão revoltos. Mas o céu contempla-nos.
A maré está indecisa entre o subir
e o vazar.
Pan é o trilar das flautas, o
bosque, o bode e as musas…
Olhar para os velhos e para as
crianças e pensar: as crianças de agora serão velhos e os velhos foram
crianças. Que velhos serão estas crianças? E que crianças foram estes velhos? A
única vantagem dos velhos é que já sabem que a viagem não se interrompeu a meio
(mas também há aqueles de idade indefinida, nem velhos, nem novos, são outra
coisa, não necessariamente agradável). Mas as crianças têm o tempo do seu lado.
E na sua entrega ao mundosão infinitamente mais livres. Enquanto os velhos
estão marcados pelas cicatrizes dos acontecimentos e prisioneiros do mundo,
feito de muros, que construíram. E sabem que na vida não há retorno, ainda que
gostassem de voltar a ser jovens mais ainda do que estes gostam de crescer. O
que os motivo nesse percurso é a memória induzida pelo desespero enquanto que
aos jovens o que os move é a curiosidade e a ansiedade da espera. Os velhos
suportam a recordação das tentativas falhadas e a consciência que as
oportunidades são limitadas. Os jovens vivem embriagados pelo ilimitado já que
não acreditam verdadeiramente na morte.
A maré também tem marés.
O ribombar da onda que desaba
sobre a praia prolonga-se e propaga-se ao longo da linha de rebentação até se
perder na distância…
Pausa. O refluxo… e eis que o
trovão retorna. Indefinidamente.
A ferida inscreveu-se no meu
interior como a faca cravada na tábua que uma mão desconhecida abana até à
racha crescer ao longo dos veios. Ainda que à superfície tudo parece bem, não
voltarei a ser o mesmo.
O que sei intensifica o que
imagino.
As fotos que não tiramos face aos
quadros que retemos, as frases que não escrevemos mas que pensamos, não se
perdem, escorrem como o leite e o mel para o rio subterrâneo que alimenta o
pensamento.
O esforço que fazemos para
ignorar quem nos ouve, sabendo que ninguém nos ouve! Alguém na cabeça de quem
escreve é um escolho na torrente do pensamento. De resto, as nosas palavras
servirão apenas de vasos ou moldes onde outros vazarão as suas palavras, as
únicas que verdadeiramente são capazes de ouvir.
Recordo aquele amigo que já se
foi e que longos anos após ter ficado só punha sempre esmeradamente a mesa com
dois pratos e respectivos talheres antes de se sentar para jantar.
Sem referências não se sai do
mesmo lugar.
Saio de cena sem perceber nada do
que se passa no palco. Julgava que na história se encaixavam os papéis de todos
os actores mas afinal cada um representa a sua própria peça (e acredita que é a
mesma para todos!).
terça-feira, 4 de setembro de 2012
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