sexta-feira, 7 de junho de 2013



Cravo cada dia no dorso da semana e subo
Quando chego ao alto da colina despejo o balde
Para no vale na segunda-feira seguinte
Sem me afogar o voltar a encher 

A corda soltou-se da roldana
A luz vem do alto com estrondo
Antes que o alçapão se feche
Enclausurando-me com os meus demónios
Tenho que sair do poço

São sempre frios os dias de cinzas
O desencontro alargou-se à terra inteira
A luz já não aquece
Ouço os meus passos no meio da seara
Que ondula e arrefece



in Flautas no Canavial, 
Domingo, 26 de Maio de 2013

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