sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014


Falar é perder as forças. Se não consegues reter as palavras, escreve: é outra forma de as aprisionar. Talvez atingas o silêncio e a possibilidade de ficar calado.


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014















Regresso ao campo de concentração.
Nunca, até agora, tinha pensado que as gotas de chuva eram lágrimas que escorriam pela face do mundo.





Sou mesmo materialista. Acredito no que vejo, tanto como no que sonho. Acredito nas causalidades. Nas correspondências. Ainda mais do que nas coincidências. Mas, se paro para pensar, estou-me nas tintas para tudo. Nada se compara a um gesto apaixonado!





sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

(Para que as crónicas destes tempos não esqueçam)


O mar, cujas ondas se agitam contra a costa como a espuma na boca de um cão raivoso que abana furiosamente a cabeça, ameaça a terra... parece estar-se a cumprir a ameaça apocalíptica de a terra ser engolida pelo mar... (como desde há muito anunciava o incompreendido Ricardo, especialista em  vulcanologia, astrologia e na ciência das catástrofes).
Tudo leva a crer que o curso do mundo se precipitou: tudo caminha rapidamente para se tornar irreconhecível. As pessoas sentem o terreno fugir-lhes debaixo dos pés e veem ecoar no mundo a sua própria confusão e revêem no fim do mundo o seu próprio fim. 
E eu, que aqui pareço uma impassível testemunha dos infernais acontecimentos, não consigo distinguir os meus limites, o que me envolve num redemoinho ou o que lá longe ateia as chamas no horizonte...
Também a mim me acontece o que acontece ao mundo.






















domingo, 2 de fevereiro de 2014



só para dizer que ainda estou vivo

Morro um pouco com cada um dos meus mortos. Seca e morre um ramo da minha árvore. Alarga-se o silêncio. Fico (ainda) mais só. Fácil é concluir que a morte é a solidão total ou que perante ela estamos completamente sós.




 OK, fotografia

Quando olhamos tudo à nossa volta como um enquadramento ou enquadrável numa fotografia passamos do olhar para o ver. E há tantas e tantas coisas fotografáveis que não registarei por estar envolvido, ou fazer parte, ou não me poder retirar do cenário. A fotografia exige a solidão. Deve ser por isso que é um dos meus exercícios favoritos.



Em tempo - Humm... e que dizer desse inominável e interminável arquivo de fotografias que, por esta ou aquela razão, apenas ficaram na memória, para onde transitaram a partir da imaginação e para onde sempre regressarão?