quinta-feira, 16 de dezembro de 2021
quarta-feira, 1 de dezembro de 2021
O tempo é elástico, muscular... quanto mais o usamos, mais se dilata... Ao ponto de podermos pensar que ele nada é, nem tem existência, a não ser a de um contentor de factos, de actos, de estados de espírito, de aquilo que fazemos... o passado nem sequer chega a ser tempo, é simples memória: um casarão no nosso cérebro, cujos corredores percorremos nas noites de insónia... o presente é um açude... e o futuro só é quando deixa de ser...
O sonho que te sonhe.
Que te toque.
Que te acorde.
A música de câmara realizava com o pipilar dos pássaros.
as viagens na leitura, a seriedade nas brincadeiras,
entrei no teu mundo
como uma criança
a brincar aos índios
nas pradarias da minha infância...
com as portas a ranger
estava deserta
cheia de penumbras e perfumes.
nuvens de borboletas
frascos de gafanhotos
girinos esperneando
nos regatos que corriam
entre os dedos das minhas mãos,
o próprio céu!
Quando chego ao alto da colina despejo o balde
Para no vale da segunda-feira seguinte
Sem me afogar o voltar a encher
Há muito que o mundo se desfigura.
do que aí viria, e da proporção climática
O tempo é um vendaval inexorável
(tudo arranca tudo leva consigo).
Caem as folhas das árvores,
amarelas, secas e retorcidas,
ao contrário das bátegas
que sincopadamente caem do céu.
O Verão foi-se, finou-se.
Recomeça o infindável
ciclo das estações,
a única imutável
enquanto tudo se transmuta
(Afinal como nós próprios).
O céu escurece como se as nuvens
fossem uma cortina que alguém correu.
No jardim molhado, tudo brilha.
quarta-feira, 3 de novembro de 2021