terça-feira, 27 de março de 2007

Primeiro, era o segundo (ou a vida dos ponteiros)

O ponteiro dos segundos tem uma vida muito agitada; contínua e acelerada. Quando chega ao ponto de partida, suspende-se e aguarda o salto do ponteiro dos minutos.
Ponteiro dos minutos que vive em sobressalto, rigorosamente minuto a minuto.
Noutro canto do quadrante, na sua letargia, move-se imperceptívelmente o ponteiro das horas (nunca ninguém o viu mover-se). Qual jacaré, crocodilo que passa do estado de hibernação ao estado de congestão sem que disso nos apercebamos, pela vertigem com que abocanha e engole a presa que passa.
Quanto ao calendário dos dias é um animal furtivo que se locomove a coberto das horas incógnitas da noite; à aurora é já outro aquele que foi.
O mês só se dá por ele quando muda o passo, quando alterna de trinta para trinta e um dias... (a excepção que confirma a regra é o mês de vinte e oito dias). A regra do mês de vinte e oito dias também tem a sua excepção de quatro em quatro anos...
Assim, vamos caminhando cada vez mais para o etéreo... e dos anos é melhor nem falar: a mais das vezes só damos por eles quando já passaram...

quarta-feira, 21 de março de 2007

o medo causa a desgraça

quando se está na cova há que esperar sempre uma nova pàzada



envelhecemos quando tudo envelhece à nossa volta

















Oh vara de condão!
Que tudo acordas, reverdeces e despontas...
Que tudo fazes viver na primeira, eterna e última vez!

segunda-feira, 5 de março de 2007

1 todos os rios vão dar ao mar..

Estamos sós e sem desculpas!

À medida que o tempo passa vou preenchenda as casas do meu tabuleiro. O tabuleiro sou eu? Ou sou o tabuleiro mais as suas regras?

Assusto-me com a minha lucidez e com o (re)começar a viver a cada instante

A forma é uma barragem ante o inóspito do mundo!

2 todos os rios vão dar ao mar...

a urgência (médica) é sempre muito relativa!
Por conta própria, sem necessidade de justificações ou de explicações!.. Que alívio!.. E que gozo!..

Que bonito que tudo pode ser! Assim.., de repente, e tudo é quase belo!

Sim, uma caneta, uma folha de papel ou uma máquina fotográfica: o cerimonial passa apenas por mim e as minhas extensões..

A vida anda tão devagar porque tu andas tão depressa que nem a vês mexer-se.

O egoísmo perde-se ao mesmo tempo que a inocência.