quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Enquanto não caía a noite
entrei no teu mundo
como uma criança 
a brincar aos índios
nas pradarias da minha infância...
A casa abandonada 
com as portas a ranger
estava deserta
cheia de penumbras e perfumes.
Cá fora:
nuvens de borboletas
frascos de gafanhotos
girinos esperneando
nos regatos que corriam
entre os dedos das minhas mãos,
o próprio céu!

Tu eras o livro
que escrevia
por ter desesperado
de encontrar a biblioteca...
As paredes sussurravam
enquanto se roçavam por mim.

O calor e a morte abraçavam-se
por detrás da cortina ondulante.

Ainda não era a hora de partir.

7 de Maio de 2013


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