quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Cravo cada dia no dorso da semana e subo
Quando chego ao alto da colina despejo o balde 
Para no vale da segunda-feira seguinte
Sem me afogar o voltar a encher

A corda soltou-se da roldana
A luz vem do alto com estrondo
Antes que o alçapão se feche
Enclausurando-me com os meus demónios
Tenho que sair do poço

São sempre frios os dias de cinzas
O desencontro alargou-se à terra inteira
A luz já não aquece 
Ouço os meus passos no meio da seara
Que ondula e arrefece 

Domingo, 26 de Maio de 2013


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