SILÊNCIO Íntimo das escuridões e dos toucadores já tocado pela Voz pelos sons interiores da angústia dos passos nocturnos e secos selos da noite selos comemorativos da morte dos espelhos adolescentes inocentes que passamos os dias a preparar uma Cerimónia de velas acesas poemas já cegos já sentidos portanto penetro no Deserto decidido e rogo aos céus e às dunas à minha volta Silêncio já ! SILÊNCIO SENTIDO ! Só o Silêncio faz sentido ! Só o Silêncio soa desmedido ! Como um eclipse antiquíssimo ! E a chuva cai no Silêncio da Terra por muros e colunas sem fim ! do livro Juramentos, edições do interior, 1998 |
NAVEGADOR SOLITÁRIO À partida precisava também de um cronómetro um instrumento de precisão depois atravessei tranquilamente a baía com brisa fraca cortei como uma lâmina o rio primeiro depois o mar a passagem é tão bela. Escolhi esta saída esta paixão de resistência e de audácia a minha personalidade foi sendo revelada à medida que os dias passavam deslizei na água claro, eu não era um marinheiro experimentado era um solitário procurando relatos e o meu barco não é um conjunto de madeiras pregos quanto muito cordame e velas fanáticas de ventos de Mediterrâneos de Longas Datas. Para começar retomei os hábitos antigos envolvi-me por uma bruma espessa debruçei-me no passadiço rumei como um paquete profusamente iluminado na água. Quando a situação se torna muito perigosa recolho estas linhas à pressa ! do livro Cadernos do Interior, edições "O Pregão", Castelo de Vide, 1988 |
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
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