O volte-face há muito aguardado! O Verão bate com a porta. De repente, um outro mundo se nos oferece. O céu escurece. Por detrás do nevoeiro espreita a chuva. O frio entra pelas frinchas das portas e das janelas. Mais uma estação. É mais um ano que fica para trás. Está abafado: anuncia-se a chuva.
Alcança-me um longínquo perfume.
O tempo é um vendaval inexorável... Caem as folhas amarelas das árvores secas ao ritmo das bátegas que sincopadamente caem do céu tamborilando nos beirados. O Verão foi-se, finou. Recomeça o infindável ciclo das estações. Imutável enquanto tudo se transmuta. O céu escurece como se as nuvens fossem uma cortina que se correu.
No jardim, molhado, tudo brilha.
(Qua, 3 Out 21)
O tempo é um vendaval inexorável
(tudo arranca, tudo leva consigo)
caem as folhas das árvores
secas, amarelas, retorcidas
ao contrário das bátegas
que sincopadamente caem do céu.
O Verão foi-se, finou-se
recomeça o infindável
ciclo das estações
o imutável
enquanto tudo se transmuta
(afinal como nós próprios)
O céu escurece como se as nuvens
fossem uma cortina que alguém correu.
No jardim molhado, tudo brilha.
Sem comentários:
Enviar um comentário