quinta-feira, 3 de novembro de 2022

O volte-face há muito aguardado! O Verão bate com a porta. De repente, um outro mundo se nos oferece. O céu escurece. Por detrás do nevoeiro espreita a chuva. O frio entra pelas frinchas das portas e das janelas. Mais uma estação. É mais um ano que fica para trás. Está abafado: anuncia-se a chuva.

Alcança-me um longínquo perfume.

O tempo é um vendaval inexorável... Caem as folhas amarelas das árvores secas ao ritmo das bátegas que sincopadamente caem do céu tamborilando nos beirados. O Verão foi-se, finou. Recomeça o infindável ciclo das estações. Imutável enquanto tudo se transmuta. O céu escurece como se as nuvens fossem uma cortina que se correu.

No jardim, molhado, tudo brilha.

(Qua, 3 Out 21)


O tempo é um vendaval inexorável

(tudo arranca, tudo leva consigo)

caem as folhas das árvores

secas, amarelas, retorcidas

ao contrário das bátegas

que sincopadamente caem do céu.

O Verão foi-se, finou-se

recomeça o infindável

ciclo das estações

o imutável

enquanto tudo se transmuta

(afinal como nós próprios)

O céu escurece como se as nuvens

fossem uma cortina que alguém correu.

No jardim molhado, tudo brilha.

Sem comentários: