terça-feira, 2 de dezembro de 2014


Quando um livro me encanta é porque é um passaporte.

A propósito do livro que ando a ler: estar velho não é uma forma de estar louco?

Chama-se “Prepara-te para a morte e segue-me”, de May Sarton. Inicia-se quando a personagem ingressa (ou é enviada) para um campo de concentração para velhos. Para um lar de idosos. É, parece-me ser, uma viagem onde se perderam todos os companheiros até ficarmos sós perante nós, como afinal sempre estivemos. E em que, como em qualquer verdadeiro campo de concentração, a única saída é pela chaminé. É a maior das provas de que apenas quando falamos para nós próprios conseguimos dizer alguma coisa aos outros. O resto é ruído ou o grande silêncio.

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