segunda-feira, 1 de julho de 2013

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Penso no meu retrato aos quatro anos: o rosto fechado, os olhos de medo e desafio.
(Tinha o terror dos fotógrafos que me queriam hierático, imóvel -- coisas que não compreendia -- e que entendia como uma ameaça…).
É o rosto que hoje usarei porque mergulhei na melancolia. Nessa deusa de pés nus que refresca as frontes a arder com incessantes panos frescos. Revejo velhos amores, quase… amadas, só sombras e instantes: temporadas! Quase sempre a noite, raramente a madrugada… O céu, abismo invertido, azul escuro de profundo, costumava estar carregado de estrelas. Esta noite só tem  uma. A fogueira onde ardem as recordações que tingiram para sempre a minha memória.
Instante permanente onde habito até à hora de saída.




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