sexta-feira, 14 de dezembro de 2012



Quem deseja verdadeiramente alcança o que quer, o difícil é não ter dúvidas sobre o que deseja.

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Procuro em todas as (tuas) palavras o verso.

Sei que os sonhos não existem fora de mim e, imagino, de ti. (Imagino: já estou a sonhar, a sonhar que também sonhas). Mas não me convenço!
Seria tão mais fácil a vida se deixasse de sonhar... só quem não tem fé consegue acreditar. A adivinhação e a quimera são tormentos, mas as aspirações dizem muito sobre quem somos e sonha-se com o que se sentiu num tempo que há-de vir. 
O material do sonho -- que é sempre além -- são os arquivos abismais do que se sentiu ou pensou nas regiões onde as duas coisas se confundem. Inclino-me a pensar que o sonho é uma desordem que ganha sentido no que somos e desejamos, se o formos capazes de interpretar.  Reconhece-mo-nos nos nossos sonhos é ter as malas prontas para seguir viagem na vida. Nunca partimos definitivamente, estamos sempre de partida. Assim o sonho coincide com a vida, nunca é definitivo, e como a fénix renasce a cada instante. Não podemos prescindir dele, tal como a serpente da sua pele, que deixa sucessivamente pelo caminho. Se se encontrassem, o sonho e a realidade destruir-se-iam mutuamente: a realidade seria um sonho e o sonho, a realidade. 

E tudo isto porque disseste que seria atroz termos a ousadia de viver o sonho.




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