domingo, 2 de dezembro de 2012



Factos reais não é uma expressão que nos deva espantar. O mundo está cheio de memórias que nunca aconteceram. Acontecer é uma coisa que tem a força da evidência da queda da chuva ou do secar ao sol das suas gotas. É nessa ordem que me inscrevo, e comigo, tudo quanto tenho às costas. A imaginação é muito poderosa, (que o digam os que morrem em  delirium tremens, os que viajam no ácido ou os que convivem serenamente com as suas alucinações…) e exige uma mão firme. Quando é que nos sentaremos lado a lado? Num silêncio com mais páginas do que um livro… Com quem mais gostava de falar, gostaria de estar em silêncio… Só aqui estou, e estamos, uma vez. (E ninguém, para si mesmo, pensa nisto!). O que é mais espantoso é o que não notamos por ser e se confundir com a paisagem do dia-a-dia. E saber, como Arquimedes, que com um ponto de aplicação se pode mover o mundo! Que raiva! Que fúria! …e que desconsolo! Não se poder eliminar o se! Porque poder, podia, mas o mundo em que se pode é apenas o mundo não dividido, no limite, não compartilhado. E aqui está resumido todo o drama!
Sinto-me sempre na primeira vez e não me canso, porque é sempre diferente: a coragem é a palavra chave da vida.


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