quinta-feira, 16 de agosto de 2012


Na minha rua, (porque todas são minhas), que vai dar à praceta que é uma espécie de Terreiro do Paço em que o Mar da Palha foi substituído por uma quinta real e a estátua de D. José por um pequeno espaço verde onde estão implantados quatro altos plátanos, e que é conformada por duas alas de prédios de cércea constante enquanto o piso se inclina vigorosamente, há nestes meados de Agosto um sossego e uma tranquilidade inusitadas. As janelas estarão quase todas com as cortinadas cerradas e sem vida e quanto muito penderá um lençol, mais além, agitando-se à leve brisa. Mas existe uma janela protegida por um vidro único, fixo, que faz dela um aquário. Aí, uma velha de cabelos brancos, sempre vestida de negro, perscruta os passantes. Mira-os como quem contempla um aquário, mas ela naquela moldura é que parece uma aparição.
E tudo na calma e no sossego dos feriados e dos dias santos.

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