sexta-feira, 10 de agosto de 2012


Na mesa ao lado lê-se poesia para uma roda de ouvintes. No passeio passa uma mãe e uma filha. 
São iguais só que sobre uma depositou-se o tempo.

Os velhos sentam-se à borda da enseada da vida.

O calor e os leques. A atracção dos véus, dos tules agitados pela brisa, dos pés descalços, das tiras e das peles acetinadas onde a fina película de suor espelha a luz.

O tempo anda mais lento. O branco é uma aparição que desenha mais que o negro.

Do rumor da multidão sobem e sobram risos e partículas de optimismo. 
Contam-se os anos como as matrículas dos cavalos de corrida.

Saudade da sombra, da água dos rios e do oceano. As respirações são ofegantes.

Tudo é agora.

O que se passa comigo, que é tão bom?

Vou-vos dizer adeus.

Tudo o que é dito são fórmulas mágicas.

O sentido não tem direcção. Cansou-se e estacou maravilhado.

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