Na mesa ao lado lê-se poesia para uma roda de ouvintes. No
passeio passa uma mãe e uma filha.
São iguais só que sobre uma depositou-se o
tempo.
Os velhos sentam-se à borda da enseada da vida.
O calor e os leques. A atracção dos véus, dos tules agitados
pela brisa, dos pés descalços, das tiras e das peles acetinadas onde a fina
película de suor espelha a luz.
O tempo anda mais lento. O branco é uma aparição que desenha
mais que o negro.
Do rumor da multidão sobem e sobram risos e partículas de
optimismo.
Contam-se os anos como as matrículas dos cavalos de corrida.
Saudade da sombra, da água dos rios e do oceano. As
respirações são ofegantes.
Tudo é agora.
O que se passa comigo, que é tão bom?
Vou-vos dizer adeus.
Tudo o que é dito são fórmulas mágicas.
O sentido não tem direcção. Cansou-se e estacou maravilhado.
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