terça-feira, 15 de setembro de 2015


As propriedades curativas da solidão. (É uma expressão que Mishima usa algures no primeiro volume da sua tetralogia do Mar da Fertilidade -- e que nunca esqueci). Talvez ter começado a ler agora o Não-humano de Osamu Dazai mo tenha recordado. Ontem tinha chegado a pensar que o mais importante era fixar um objectivo, como quem pendura uma cenoura à frente do focinho do cavalo para o fazer andar. Pura ilusão! também ontem, ao cair do dia útil, reencontrei uma testemunha da minha vida, um companheiro de infortúnio com quem travei uma longa conversa: cheguei à conclusão que era um sábio que encarava a vida como uma maratona e que o seu objectivo e prazer era praticá-la: um atleta. Aqui, ali, em Trondheim, na Tailândia, na China ou em Singapura: quanto mais longe, melhor. E transpõe e aplica o conceito ao seu dia-a-dia. Levanta-se sempre muito cedo apenas pelo prazer de se levantar cedo. Este é o segredo: as coisas por elas mesmo. Quem está consigo nunca está só e bastam dois para estabelecer uma norma.



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