sexta-feira, 17 de julho de 2015


O silêncio para ser silêncio tem que ser completo.

Tenho que esquecer! Esquecer a confusão entre o detergente para tecidos delicados e a lixívia perfumada para a fixação de cores! …Eu já não vejo!  Insidioso, o esquecimento introduz-se de permeio entre os dedos que me orientam na acção…
O outro, o esquecimento libertador, que lava a culpa, alivia o peso do remorso e a sombra do erro, esse tarda em vir e assim se torna ainda mais penoso continuar.
Nenhum discurso se constrói sem que antes não se fixem os grafemas.
A velha gaiteira apanhada na saída da loja com os artigos roubados: que ar aliviado tinha quando ainda ofegante, com o brilho da adrenalina nos olhos após a terem deixado seguir, a vi no transporte público quando abandonávamos o grande armazém.

Falhar e rejubilar: não tenho a certeza se não foi uma mão mais certeira que escreveu o que aconteceu. 



Sem comentários: