Tudo é breve, excepto a ilusão.
Envelheço vertiginosamente… cheguei, na longa escadaria, à
zona dos patamares… (Durante uns tempos… deslisas, tudo parece estável,
inalterado. Depois, de repente, sem aviso prévio, cais do cobertor para
mergulhares ao longo do espelho… o abismo sugou-te, sem te dar hipótese de
recusar… e desces, e desces… -- até embater com estrondo no novo patamar -- ,
tens uns tempos para recuperar do choque e retomar o fôlego, a ilusão que estiveste
sempre aí, mas de seguida, o processo reinicia-se, a descida continua…).
A cabeça flutua ainda sobre os ombros, como uma flâmula
sobre a mole que avança na planície… enquanto puder sonhar iluminarei o
caminho.
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