sábado, 26 de outubro de 2013



Sinto-me deslocado. Só o silêncio me não agride e me deixa expandir como o odor de um frasco destapado.
Fui ontem ao jantar dos colegas do liceu. Partilhámos uma vida, porventura a oficial, quando éramos adolescentes. Que faço eu ali? Num jantar de homens de sucesso!? Onde está a multidão -a que pertenço - e que se perdeu pelo caminho? O tempo é vasto como o mar, mas como o mar vermelho, quando estabiliza o estofo da maré, também se abre. Também nele há um antes e um depois. Parece-me que o que os divide se chama "revolução". Pela minha parte, irmanado, só com os desirmanados. Quanto à memória, só a memória sem testemunhas.
As pessoas julgam que a terra se resume ao sítio onde põem os pés!



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