sexta-feira, 18 de outubro de 2013



A velhice é uma coisa tramada! Insidiosa e difícil de manter à distância…
Não é só o murro no estômago que recebemos cada fez com mais frequência ao sabermos que não mais voltaremos a rever uma cara. Tudo se torna mais difícil: aprender um novo passo de dança, aprender uma nova forma… de dobrar meias ou lençóis com elástico. Antes aprender era tão fácil… ou, pelo menos, crer que se sabia…
Ontem, quando digo ontem digo em qualquer outro momento que não este, vieram assentar-se ao meu lado três jovens. Ia nos bancos de quatro lugares, de pares frente a frente, que existem em qualquer carruagem. Fiquei submerso em profundos pensamentos… eram tão jovens! …nunca a beleza me pareceu mais frágil! Nem tão  efêmera! Não suspeitavam de nada… mas estavam precisamente naquele momento em que a vida se divide em duas: a segunda parte, que estava prestes a iniciar-se, será o que for (os erros fatais só serão conhecidos tarde de mais) e também uma longa rememoração …
Pensar pode ser também aquele momento em que o tempo se suspende e a memória e a beleza permanecem.



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