quarta-feira, 4 de julho de 2012


Ponho-me a pensar qual foi a última vez que a vida, futura, me pareceu simples. Cheguei a pensar que me bastava passear com uma máquina fotográfica na mão para me sentir feliz. Um caderno de apontamentos, como este, também ajudava. Haveria sempre aqueles momentos de retiro do mundo em que vejo muito mais do que o que contemplo, que perpassa por mim um desejo e em que por um instante fico suspenso de uma descoberta, fascinado e tomado por uma sensação de paz. Passear é essencial, e também de bicicleta: nesses momentos a roda pedaleira muda-se para o cérebro e lamento muitas vezes não ter o caderno à mão. Aqui chegado, divido-me entre a última vez que fui feliz e os momentos em que fiz projectos. Se calhar, coincidiram sensivelmente. Senti-me tão bem quando andava sem horas, estando só mas não sozinho, escrevia, desenhava, fotografava. Lia, passeava, ouvia música. Cheguei a pensar que tinha encontrado a chave. Deve ter sido aí que fiz a lista de projectos ...Que perdi!
(recordo-me ainda que mencionava os tubos de aguarela da Winsor & Newton, cuja paleta elementar me acompanhou num tempo tão intenso há tanto tempo, bem como blocos de desenho, etc…)

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