quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Desvendado finalmente o mistério do envelhecimento!
Envelhecemos desamparados, afinal de contas não é nenhum estádio, mas não deixamos de ser quem somos.
(É perturbante aceitar que possam coincidir a criança e o idoso, mas este é o verdadeiro mistério. É de tal forma perturbador que se deve guardar segredo do acontecimento). 
Ainda que tudo à nossa volta pareça brilhar e reverdecer ao contrário da nossa pele que se recobre de manchas e de pregas enquanto os cabelos esvoaçam e são levados pelo vento, os ossos rangem e as dores nos assolam...  
Sempre testemunhas de nós... e do mundo. 
Por vezes temos mesmo a sensação que o mundo está a morrer e por vezes há uma parte dele que morre mesmo, e quando isso acontece uma parte de nós acabou também.
Vemos a vida a esvair-se como o sangue a correr de pulsos abertos. 
Não há nada a fazer: teremos sempre a memória dos tempos em que a morte não existia e em que entre nós e o mundo não havia a mínima fissura.

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