Ninguém me avisou que contemplar o mundo podia ser tão absorvente que esvaziasse a tentação de o transformar.
A cultura seduz nas crises, períodos em que as pessoas estão desejosas de pertencer a algo maior do que elas.
É preciso tirar todas as ilações da frase: "o museu deixou de ser uma instituição para passar a ser uma mentalidade".
À volta da cultura organizam-se as forças mais conservadoras da sociedade, em contraste com a força subversiva e desagregadora dos criadores.
A economia diz que trata da riqueza e actualmente comanda todos os sectores (neste momento, até como sabemos a política se lhe subordina); a cultura -- talvez a maior riqueza de uma sociedade -- não será uma presa apetecível que até agora acreditou na sua independência? Nestas e noutras questões quando se fala em sustentabilidade, é porque a situação é insustentável.
O mundo, podemos dize-lo com segurança, está em mudança acelerada e a cultura não está nas salas, está na rua (a própria cidade se pode ver como obra-prima).
Como entender a cultura sem ideias próprias e acantonada em capelinhas?
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